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sábado, 18 de setembro de 2010
Notícias de Cuba
Os órgãos de informação noticiaram recentemente uma entrevista confusa de Fidel e um comunicado da confederação (?) cubana de sindicatos. Fidel não foi feliz numa declaração que prestou permitindo que o jornalista norte-americano noticiasse que segundo ele o «modelo cubano já não funciona», quando, na verdade, ele terá dito que o Estado tem um peso exagerado na economia do país, sustentando toda a gente, incluindo aqueles que trabalhavam pouco. Determinados órgãos, como a revista «Visão», por exemplo, colocaram títulos dos quais se poderá dizer no mínimo "pior emenda que o soneto". A «Visão» intitulou:« Fidel ainda crê na revolução?». A pergunta é disparatada, ou melhor: tendenciosa, porque jamais Fidel poderia ter insinuado tal pensamento para um público global, mas sobretudo norte-americano. Para quem não é tendencioso, nem fala com uma cassétte na cabeça, as dúvidas que ele teve a coragem de emitir fazem todo o sentido: a economia cubana vive uma grave crise há muito tempo, particularmente desde o colapso da URSS e do mercado comum socialista, que compensava de algum modo o bloqueio económico exercido pelo mundo capitalista, nomeadamente os E.U. Além disso a função paternalista do Estado está também na origem das dificuldades, como esteve na origem da estagnação das economias do leste europeu. Se classificarmos tal organização económica -estatal e colectivista- como «modelo», então o modelo exige reformas profundas para não colapsar. Quais sejam, de modo a que o socialismo se conserve e até se revitalize, é outra questão. É, de resto, a verdadeira questão.
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