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segunda-feira, 24 de fevereiro de 2020

Luta contra o coronavírus. Ponto da situação pela embaixada chinesa em França

Uma representação diplomática da RPC põe os pontos nos i sobre a dualidade de critérios, o preconceito e o racismo puro e duro dos media ocidentais dominantes na abordagem da questão do surto de coronavírus. E aponta exemplos flagrantes de desleixo e incompetência face a problemas de escala semelhante, nomeadamente nos EUA.
Nestes últimos tempos, a Organização Mundial da Saúde, numerosos governos bem como muitos especialistas estrangeiros elogiaram e apoiaram amplamente os esforços do governo e do povo chinês na sua luta contra a epidemia de Covid-19, conhecida como coronavírus.
Mas, por outro lado, deparámo-nos também com acusações gratuitas e mal-intencionadas. Alguns deliciaram-se, com prazer malicioso, pelas deficiências e erros cometidos pelas autoridades chinesas no início da epidemia, atribuindo-os ao “caráter totalitário do regime chinês”.
Francamente, quem no mundo poderia fazer face a uma epidemia tão repentina e pretender dominá-la descontraidamente? Ao lidarem com o furacão Katrina em 2005 e a epidemia de gripe A de 2009, as autoridades americanas depararam-se com inúmeros problemas. No entanto, ninguém pensou em imputá-los ao seu regime político ou ao capitalismo.
Outros culpam “a total e deliberada falta de transparência do governo chinês na sua comunicação sobre a epidemia” quando é exactamente o contrário que se passa. A célula de coordenação interministerial do nosso governo realiza diariamente conferências de imprensa e informa tanto o povo chinês como a comunidade internacional, com a maior transparência e rigor, dos números e da evolução da epidemia em tempo real. Esses dados abrangem todos os tipos de casos: infecções confirmadas, casos suspeitos, casos graves, recuperações, mortes e pessoas colocadas em quarentena. Se se considera que tudo isso é “retenção de informação”, que dizer da atitude da administração americana que esperou três anos após o final da epidemia de gripe A para reconhecer ter subestimado a sua gravidade, e ter arrumado a questão com uma pirueta, invocando um “problema estatístico”?
Quando o governo chinês investiga as falhas de certos funcionários, alguns ainda o acusam de procurar “bodes expiatórios”.
Sim, foram iniciadas investigações em várias províncias chinesas sobre as falhas de certos responsáveis na luta contra o vírus. Alguns são processados ​​e outros foram já demitidos. Isso ilustra a forte capacidade do sistema socialista chinês de corrigir os seus erros. Em relação às florestas da Austrália em 2019, quem, portanto, entre os políticos ou os responsáveis deste país foi processado ou demitido? Nada disso perturbou as férias do presidente americano, nem as do primeiro ministro australiano.
Alguns criticam o governo chinês por “reforçar a censura”. Segundo eles, o encerramento - de acordo com a lei - das contas Wechat que espalham boatos equivale a assinar o “decreto de morte social” dos seus proprietários. Lembro que no Facebook, apenas nos últimos três trimestres do ano passado, 5,4 milhares de milhões de contas foram suprimidas por espalharem boatos. Significa isso que o Facebook emitiu 5,4 milhares de milhões de sentenças de morte? Porque é que o mesmo fenómeno é descrito no Ocidente como “combate contra notícias falsas” e é “esmagar a liberdade de expressão” quando ocorre na China?
A lógica em funcionamento por detrás desses absurdos é de facto muito simples: é o famoso “dois pesos e duas medidas” que permite proibir aos chineses aquilo que os ocidentais se permitem. Certos problemas, de natureza técnica no Ocidente, tornam-se políticos logo que digam respeito à China. Não é de admirar. Basicamente, é o “egocentrismo ocidental” que se expressa. A China levou algumas décadas para realizar o trajecto de desenvolvimento percorrido pelo Ocidente em alguns séculos. Hoje, a sua classe média é mais numerosa do que toda a população norte-americana. Alguns têm dificuldade em aceitar o facto de que um país empobrecido e enfraquecido durante um século tenha podido emergir sem adoptar o modelo ocidental. Isso incomoda-os e não o digerem. Como resultado, assim que a China enfrenta dificuldades, vemo-los a encabritar-se e a esforçar-se para a acabrunhar ainda mais a golpes de palavreado maldoso. Vimos florescerem nos media títulos como: “China Is the Real Sick Man of Asia”, ” Coronavirus Made in China “, “Alerta amarelo” e “Perigo amarelo”, todos amalgamando a epidemia, a China, povo chinês e até mesmo toda a comunidade asiática. Se os ocidentais fossem vítimas deste tipo de discurso humilhante, considerá-lo-iam contrário à lei e à moralidade. Se tivesse africanos ou árabes como alvo, seria considerado politicamente incorrecto. Mas se visam chineses, então é “liberdade de expressão”.
Em alguns meios de comunicação, a crítica-reflexo de tudo o que é chinês está no limite da paranoia. Esses supostos sinólogos, mergulhados nos seus estudos da China desde há décadas sem finalmente nada dela entenderem, são patéticos. Estão apenas interessados ​​ nos “problemas” do país, esperando encontrar neles as premissas mínimas do fiasco chinês, em vez de tentarem pensar nas fontes de sua rápida emergência. Então, continuam caminhando de erro em erro. Esperam sem dúvida que esta grande epidemia provoque o colapso da China socialista dirigida pelo PCC. Velando a face, essa gente enganam as suas opiniões públicas com embustes em que nem eles próprios acreditam, e tudo em detrimento das nações e dos povos.
É desnecessário dizer quanto o governo e o Partido Comunista Chinês estão vigilantes face ao surto desta epidemia. Reagiram com toda a seriedade necessária. Numa ética de responsabilidade, tanto em relação aos chineses como à comunidade internacional, foram tomadas as mais abrangentes e rigorosas medidas de prevenção e controlo, muitas das quais muito mais draconianas do que as exigências do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) e recomendações da OMS. Ao decidir a tomada de medidas estritas de controle em Wuhan, uma cidade com mais de 10 milhões de habitantes e em Hubei, uma província de 59 milhões de habitantes, fizemos enormes sacrifícios. Alguns dizem que essas medidas “violam os direitos humanos”. Mas, desculpem recordar-vos! Sois vós quem beneficia das vantagens dessas medidas! Segundo dados da OMS, até 10 de Fevereiro, havia apenas 319 casos confirmados e apenas uma morte fora da China. Quando em 2009, após o desencadear do surto da epidemia de gripe A nos Estados Unidos, o governo norte-americano não adoptou nenhuma medida estrita de controle e prevenção durante 6 meses, de modo que a epidemia se propagou a 214 países e regiões, infectando mais de 1,6 milhões de pessoas e causando mais de 280.000 mortes. Sem o imenso sacrifício assumido pelo povo chinês, o quadro epidemiológico global seria bem diferente. Não esperamos que os media ocidentais nos elogiem, mas simplesmente que nos trate como iguais e sem preconceito.
Embaixada da China
Declaração de 14/02/2020.
Complemento de “Le Gran Soir”

O auxílio de Cuba

Se até ao momento a China não pôde realmente contar com ajuda dos países ocidentais, apenas preocupados em repatriar os seus cidadãos enquanto Pequim estava ocupada em estabelecer uma quarentena eficaz, ela pode contar com a ajuda de Cuba que, como sempre, mobiliza os seus laboratórios de investigação avançada para prestar apoio. É um medicamento de origem cubana que é usado para combater o coronavírus, reforçando o sistema imunológico dos pacientes: o Interferon Alfa 2B, um medicamento antiviral desenvolvido por Cuba e já utilizado para infecções virais causadas nomeadamente pelo HIV, papiloma vírus ou em ainda em alguns casos de cancros e hepatites.
A última pandemia registada pela Organização Mundial da Saúde é a gripe H1N1 em 2009. Ela declarou-se no México antes de se desenvolver nos EUA. O governo Obama esperou até 25 de Outubro de 2009 para declarar uma emergência nacional quando os primeiros casos foram registados em 24 de Abril de 2009. Os EUA não implementaram medidas de quarentena ou de controlo de deslocações. Esta doença para a qual existia uma vacinas terá provocado 12.000 mortos, causado 265.000 hospitalizações e afectado 59 milhões de norte-americanos, segundo o Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC dos EUA).
Fonte: https://www.legrandsoir.info/lutte-contre-le-coronavirus-mise-au-point-de-l-ambassadeur-de-chine-en-france.html
in ODiário.info

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