“Marx quer então mostrar, e aqui está a renúncia crítica a Hegel, que a derrogação da escravidão em uma ordem jurídica que representa uma estrutura simétrica de reconhecimento é apenas a su-pressão [Aufhebung] da superfície ou da forma fenomênica da autorrelação contraditória, e não é de forma alguma a dissolução dessa contradição mesma” (Michael QUANTE, “Kommentar”, op. cit., p. 292). No primeiro livro do Capital, Marx o formula explicitamente, classificando a passagem à liberdade contratual como apenas uma “mudança de forma” (Formwechsel) da Knechtung, i.e., do modo de se escravizar ou de se reduzir outrem à condição de servidão: “O ponto de partida do desenvolvimento que deu origem tanto ao trabalhador assalariado como ao capitalista foi a subju-gação do trabalhador [Knechtschaft des Arbeiters, não exatamente “subjugação”, mas mais própria-mente “servidão”]. O estágio seguinte consistiu numa mudança de forma dessa subjugação [Knechtung], na transformação da exploração feudal em exploração capitalista” (Karl MARX, O Capital: Crítica da Economia Política. Livro I., Trad. Rubens Enderle, São Paulo: Boitempo, 2013, pág. 787. Entre chaves: adição minha).» RECONHECIMENTO COMO CATEGORIA
CRÍTICA EM MARX
Recognition as Critical Category in Marx
LUIZ PHILIPE DE CAUX*
luizphilipedecaux@gmail.com
Fecha de recepción: 13 de octubre de 2016 Fecha de aceptación: 27 de diciembre de 2016
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