Saída da Grã-Bretanha da UE
14.02.20
Partido Comunista da Grã-Bretanha (PCG)
Os comunistas da Grã-Bretanha veem a saída da Grã-Bretanha da UE como uma oportunidade para desenvolver uma ampla luta internacional contra os grandes negócios e o domínio empresarial, seja exercido através da UE ou de outras organizações internacionais.
Ao
deixar a UE, os comunistas da Grã-Bretanha enviam as suas saudações
solidárias a todos os que lutam por justiça social e pela emancipação em
qualquer parte da Europa e em todo o mundo.
Os
comunistas da Grã-Bretanha veem a saída da Grã-Bretanha da UE como uma
oportunidade para desenvolver uma ampla luta internacional contra os
grandes negócios e o domínio empresarial, seja exercido através da UE ou
de outras organizações internacionais.
Para
nós, na Grã-Bretanha, perante um governo populista de direita, esta
luta não será fácil. No entanto, também entendemos as origens de classe
da oposição de massas à UE no nosso país. Em última análise, decorre da
profunda raiva dos trabalhadores com a degradação económica sofrida em
resultado da austeridade da UE e das medidas a favor dos grandes
negócios. É esta luta contra a dominação corporativa empresarial que
vamos continuar.
Agora lutamos para transformar os termos da saída da Grã-Bretanha no interesse dos trabalhadores.
Em
particular, exigimos que, nas atuais negociações, os termos de qualquer
acordo mantenham os direitos democráticos fundamentais dos nossos
parlamentos e assembleias para controlar as condições da vida económica.
Isto significa que as nossas instituições democráticas devem ter a
liberdade de assegurar uma propriedade pública abrangente, fornecer
auxílios estatais para prevenir o desemprego, usar contratos públicos
para o bem comum e garantir que os trabalhadores fiquem livres das
ameaças impostas aos seus direitos coletivos pelos negócios do “direito
de estabelecimento” da UE.
Por isso hoje, 1 de fevereiro de 2020, saudamos todos os que, na UE, se batem numa batalha idêntica.
● Saudamos
os sindicalistas e comunistas da França, que estão a lutar para
defender os direitos da segurança social e impedir que o Presidente
Macron implemente o Programa de Reformas da UE.
● Saudamos os comunistas de Portugal, que mobilizaram os trabalhadores para parar o programa de privatização imposto pela UE.
● Saudamos
os comunistas da Grécia, que lutaram contra sucessivas ondas de cortes
nas pensões, nos serviços sociais e nos salários.
● Saudamos
os comunistas da Dinamarca, República Checa, Itália, Espanha, Bélgica,
Holanda e Alemanha, que lutaram contra a erosão dos direitos coletivos
laborais, a imposição, por parte da UE, da flexigurança salarial
obrigatória e, na Dinamarca, a imposição do trabalho social.
● Saudamos
os comunistas da Polónia, Hungria, Estónia, Letónia e Lituânia, que
enfrentam a prisão pela sua defesa do socialismo, sem qualquer
intervenção da UE para proteger os seus direitos civis; UE que, pelo
contrário, elaborou e promoveu uma resolução historicamente falsa e
difamatória, que equipara o comunismo ao fascismo.
● Saudamos
os comunistas de Chipre, cujo território é ocupado pela Grã-Bretanha e
pela Turquia e que estão a lutar para garantir uma unidade
intercomunitária entre os trabalhadores, por um Chipre federal bicameral
e bizonal e o fazem sob condições de austeridade impostas pela UE, por
nós [Grã-Bretanha] e pelo jogo de poder israelita e turco.
● Saudamos
os trabalhadores do Mediterrâneo e da África, cujas economias foram
enfraquecidas com os Tratados de Livre Comércio da UE e cujos jovens,
que procuram uma nova vida em território europeu, morrem diariamente à
vista da polícia de fronteira da “fortaleza da Europa”.
● E,
finalmente, saudamos os comunistas da Ucrânia, que enfrentam a prisão e
a violência estatal num Estado associado da UE, cujo governo legítimo
foi derrubado por um golpe sancionado pela UE.
Estamos
determinados a que a nossa batalha contra a dominação dos grandes
negócios na Grã-Bretanha, por mais limitada que seja, mesmo assim
ajudará a luta contra o capitalismo monopolista e o imperialismo na
Grã-Bretanha, na UE e em todo o mundo.
Fonte: Boletim Internacional do Partido Comunista da Grã-Bretanha (PCG), 1.ª parte da p. 1: https://www.communist-party.org.uk/images/pdfs/Unity_February_Internat_2020.pdf, acedido em 2020/02/03
Tradução do inglês de PAT
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