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segunda-feira, 25 de abril de 2022

ÉTICA- Prolegómenos

    Lições do tempo presente


   Os tempos estão muito difíceis. O PCP já atravessou e venceu tempos não menos difíceis. Mas os tempos nunca são iguais. A História não se repete da mesma forma.

O PCP deve aumentar e melhorar, numa espécie de contraofensiva, a sua imagem, a sua mensagem, a explicação e difusão do seu programa político de Democracia Avançada.

  Explicar o que é o imperialismo, melhor, com mais clareza, com mais factos e documentos dos próprios imperialistas (como fazia nos seus livros magistrais o grande filósofo italiano Domenico Losurdo). Para o grande público. Para um público mais informado explicar e intervir, dando voz aos melhores analistas e investigadores, no debate sobre o(s) imperialismo(s). Enquadrar a guerra dos EUA, da Nato e do imperialismo contra a Rússia e a China. A geopolítica da guerra. Insistir sem cansaço que não apoiamos, que condenamos à luz do direito internacional, a invasão da Ucrânia. Invasão é o nome. Não podemos diferenciar "guerras preventivas".

Explicar que nunca pretendeu uma ditadura para Portugal no 25 de Abril, mostrando o programa que tinha então: instalar a Democracia, encerrar a guerra com a independência imediata das ex-colónias e eliminar os monopólios na economia portuguesa.

Explicar que não quer uma revolução socialista com modelo em outras passadas e extintas. Mostrar o seu programa de uma "Democracia Avançada nos Valores de Abril", que inclui eleições, partidos, liberdades individuais, participação dos próprios produtores na produção, em um mercado regulado, numa economia mista. O seu aprofundamento depende do que agora não se pode adivinhar.

Mostrar, enquanto dure a guerra na Ucrânia, que é uma infâmia apregoar-se que é a favor do regime político de Putin.

Mostrar que a OTAN (NATO) é o maior inimigo da humanidade. Denunciar o papel subserviente, com consequências muito perigosas, dos chefes políticos da UE.

Defender soluções progressistas, ecológicas e anti-imperialistas para os grandes problemas do mundo atual. 

Explicar porque denuncia a NATO e o imperialismo norte-americano pelas sanções que este aplica a nações com regimes com os quais o PCP não tem que ver, regimes que não quer para Portugal. Demarcar-se da ditadura dinástica da República Popular da Coreia, que o PCP não aprecia de todo, e, ao mesmo tempo, denunciar as provocações do imperialismo que envolvem uma estratégia de intervenção belicosa em todo o Pacífico, é uma posição que concilia perfeitamente os dois termos. Denunciar as guerras e as "revoluções coloridas" que o imperialismo (sempre sobretudo norte-americano, francês e britânico) quer continuar a fomentar  nos países que se querem libertar do dólar, das multinacionais dominadoras norte-americanas, das classes trabalhadoras que se devem libertar da cultura mercantil e ideológica oriunda desse ocidente etnocêntrico, e libertar-se das tutelas neocoloniais. Denunciar, combater, apoiar no que for e deve ser necessário. Nunca ser confundido com regimes políticos já extintos.

A par disto, evidentemente, realizar a unidade dos trabalhadores e ajudar a que eles se tornem, pelas lutas, independentes da ideologia dominante capitalista e burguesa, ideologia difundida nas crianças e nos adultos, desde a família à escola, desde a Universidade à fábrica. A par disto, combater dentro dele todas as tendências quer esquerdistas, quer revisionistas de direita. Abrir-se mais ainda ao novo, ao moderno, ao atual, às condições concretas. Ser firme com os adversários conjunturais, mas nunca partindo as pontes. Ser duro com os inimigos, sem contemplações nem tibiezas. Esolherem-se os porta-vozes do Partido dos trabalhadores manuais e intelectuais, os seus membros mais capazes de lidar com as televisões, que incutam simpatias e não antipatias, e, nisso, aprender com o popular Jerónimo de Sousa.

25 de Abril de 2022

P. S. Escrevo estas linhas nunca na posição de "conselheiro" (porque há problemas que se discutem nos detalhes internamente) , mas indignado e preocupado com uma opinião pública maioritária (75%) que mostra desprezar as atitudes do PCP.

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