As éticas dividem-se, grosso modo, em racionalistas e irracionalistas. Estas assentam na crença de divindades que sustentam valores de Bem e de Mal. Seres sobre ou extra naturais que legitimam determinados valores. Muitos destes valores até podem ser admitidos em éticas racionalistas, e este é provavelmente o problema mais importante na construção das éticas contemporâneas: saber-se consensualmente se é possível valores éticos universais.
O desenvolvimento das ciências tem legitimado e reforçado o racionalismo. De resto, sem o uso da razão não existiria pensamento científico. Porém, nem todas as modalidades de racionalismo se apoiam nos modelos científicos. Estes modelos são diversos e em alguns deles as hipóteses de realidades transcendentais coexistem com o mais puro positivismo. Como se constata nas especulações sobre o Big Bang.
Uma ética racional não tem que julgar a razão como o único meio com o qual se descobre e se explica e se motiva a atividade racional que visa descobrir e explicar objetivamente. O raciocínio que trabalha com conceitos, hipóteses, deduções e experimentações, não seria possível sequer sem outras energias.
As realidades que as explicações irracionalistas querem fazer acreditar existem, mas apenas na realidade "imaterial" da mente que as cria. Éticas assim desempenham diversas funções sociais objetivas que dificultam os avanços das ciências, sendo essa uma das suas finalidades nem sempre da vontade consciente dos seus crentes devotos.
Essa finalidade é aproveitada pelos que desempenham atividades políticas e não científicas, colocando frequentemente os cientistas ao serviço dos seus programas. Se tal não acontecesse muito provavelmente os cientistas mal existiriam.
Este é um dos problemas que enfrentam (ou deviam enfrentar) as discussões de teor ético.
Problemas sócio-políticos como as guerras, as alterações climáticas, a IA, a justiça e a desigualdade social.
Problemas tão fundos, vastos e candentes como a manipulação das mentes por meios tecnológicos.
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