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quarta-feira, 20 de abril de 2022

ÉTICA- Prolegómenos

   Não é coisa simples classificar a Ética que é parte componente da mundivisão do materialismo histórico dialético. Porque há marxistas que aceitam a dialética dos fenómenos sociais , mas não fenómenos na natureza que se devam classificar como dialética da natureza. Logo aí existe uma profunda diferença na concepção da Ética, ou, particularmente, da Moral. Porque há marxistas que recusam a concepção da luta de classes e, os mesmos e outros, que recusam a própria dialética nas sociedades. Como exemplos temos no 1º caso Luckács e discípulos e, no último, Adorno e Horkheimer (nomeadamente Adorno, com a sua peculiar "dialética negativa" e, daí a sua peculiar ética em "minima moralia".

    Por conseguinte, existem variedades de marxismo. Primeiro porque são possíveis, válidas e legítimas, interpretações diferenciadas dos textos de Marx. Segundo, porque há marxistas que distinguem Marx do seu amigo Engels, sobretudo Engels após a morte de Marx. Terceiro, porque há marxistas que não aceitam determinados conceitos de Marx, quer porque são do Jovem Marx e não do Marx da maturidade, quer por razões filosóficas (caso de Adorno, Marcuse). Não incluo aqueles que acabaram abandonando a própria teoria de Marx (caso de Habermas, por exemplo).

  O certo, para mim, é que necessitamos todos de uma Ética baseada no pensamento de Marx. Uma Ética não apenas materialista, mas materialista histórica. Não um evolucionismo, não uma ética baseada num dos vários neo-darwinismos. 

 Ora, penso eu, existem elementos nos textos de Marx que permitem a construção de uma ética, isto é, uma reflexão, uma investigação, sobre o fenómeno humano social que se designa como moral. E mais: existem elementos constitutivos de uma moral.

  Uma normatividade com efeitos universais.

Uma normatividade que se entrosa com a política.

Por exemplo: é ilógico um marxista apoiar o imperialismo (chamamos imperialismo ao que o marxismo designa como imperialismo desde Lenine e Rosa Luxemburgo, com a devidas adaptações). Não faz sentido nenhum que um marxista apoie os planos, a agenda geopolítica e económica do capitalismo na sua fase superior de dominação dos monopólios transnacionais ou multinacionais, chefiado pelo imperialismo norte-americano.

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