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quarta-feira, 6 de abril de 2022

ÉTICA- Prolegómenos

 A ideia (ou sensação) de que agora é mais fácil imaginar o fim do mundo do que o fim do capitalismo começa, parece-me, a ganhar terreno na consciência  de algumas esquerdas (por ora algumas, depois se verá se são muitas). O que é paradoxal, para não dizer contraditório. A Esquerda nunca acredita em escatologias apocalípticas, não é? Ou na verdade sempre houve uma esquerda que acreditou nisso e que agora se espalha como fogo na palha face aos acontecimentos ? Walter Benjamín é para aqui chamado?

  Contudo, não é a Direita, ou melhor, a extrema-direita (o fascismo, o nazismo) que aprecia narrativas apocalípticas? E, de resto, sempre as realizou?

  Imaginar o fim do mundo nesta altura e deixar de imaginar o fim do capitalismo pode ser a expressão de um medo consciente, realista, perante o que se passa no mundo. Mas não é próprio da Esquerda.

 A ética mais justa, mais objetiva, mais humanista, é acreditar que o capitalismo é mais um dos muitos pesadelos que a História viveu. 

Não se trata de otimismo. Trata-se de Esperança fundamentada no conhecimento e na ação.

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